img { max-width: 100%; height: auto; width: auto\9; /* ie8 */ }

segunda-feira, 25 de março de 2024

UMA GRATA SURPRESA E UMA PEQUENA DECEPÇÃO

 Boa noite a todos!

Antes de entrar no assunto, uma satisfação aos que sentem simpatia por minha arte e pessoa, esses que torcem e oram por mim: meu irmão André continua em coma induzido, o quadro é demasiado sério e preocupante, entretanto, segundo o que a esposa dele relatou ao Rodrigo, meu irmão caçula, uma tomografia da cabeça dele revelou algo que deixou os médicos otimistas. Entretanto, não entendo bem a linguagem médica e vou evitar os achismos. É continuar orando e esperando com fé, o Senhor está agindo. Espero vir aqui em breve com boas novas.

*******                    ***********                   *********                    *********               **********

Sempre me considerei um leitor voraz, cheguei a ler uns três livros de bom volume de páginas por semana, foi nesse período que li os grande clássicos da literatura (Shakespeare, Divina Comédia, Ilíada, Camões, Dostoiévski, Machado, Lima Barreto, José de Alencar, Eça, Don Quixote e etc e etc). Mas isso, claro, numa época em que eu não tinha tantas responsabilidades e gozava de um tempo maior.....na verdade, responsabilidade grande nunca me faltou, difícil lembrar de um tempo em que eu não estivesse executando algum trabalho, na maioria das vezes para meu pai, mas é diferente quando você se casa, é o único provedor da família e tem que matar um T-Rex por dia. Ainda cheguei a ler bastante em coletivos quando ia com mais frequência aos grandes centros ou esperava por atendimento em algum consultório médico. Hoje em dia não consigo mais a antiga concentração para mergulhar nas letras se não estiver sozinho e totalmente alheio aos dramas da vida real. Pra ler algo, mesmo um gibi do Conan, eu levo um tempo considerável e eu me aborreço com leituras picadas, mas não tem outro jeito, se quiser fugir um pouco da minha realidade cotidiana e me inserir na cabeça de outra pessoa, tenho que me contentar com três, cinco páginas diárias, com sorte, um capítulo, se ele não for muito longo. 

Foi assim que concluí minhas duas últimas leituras as quais considerarei aqui pois valem a pena falar sobre elas.

 

Solomon Kane, de Robert E. Howard. Gostei muito das histórias desse tomo, bem escritas pra cacete, embora eu sinta que era um período em que o autor estava amadurecendo seu estilo (lembrando que essas foram antes do seu personagem mais famoso florescer para o mundo). As narrativas são de aventura quase sempre mescladas com terror e muita, mas muita violência mesmo! Nota-se que a pena de Howard não tem a mesma verve, podemos dizer assim, de um Tolstói, mas possui uma vitalidade de quem vive com paixão as sagas que escreve, senti isso nos três volumes do Conan e Bran Mak Morn, mas Kane tem um charme especial que de alguma forma provocou imediata identificação em mim. Mais uma vez o trágico escritor dos pulps não me deixou na mão. Ponto pra ele.

 

 Agora falemos sobre outra obra famosa, que tem toda uma história por trás, O Livro da Selva, do genial Havey Kurtzman. Estava ansioso pra ler pois sempre ouvi falar que era revolucionário. O que conhecia deste autor foi o que ele produziu para a EC Comics e, é lógico, suas lendárias criações para a MAD em seus primórdios. Mas em mim, o que ele colocou neste livro, não pegou na veia. Muito bem desenhado em seu conhecido traço humorístico/caricato mas não achei engraçado, uma ou outra cena, talvez, eu tenha dado em meio sorriso. Claro que entendi a intenção do autor, que é brilhante em fazer as onomatopeias como parte indissolúvel do quadro, as notas das canções de jazz imiscuídas na narrativa, suas figuras femininas que só ele sabia idealizar, as sátiras aos costumes da época, mas no cômputo geral não me empolgou. Talvez se eu tivesse lido na adolescência, ou melhor ainda, nos anos 50, data em que a obra foi concebida, minha impressão fosse outra. Kutzman era um gênio, muito acima dos seus pares, é inegável, mas sua obra mais louvada pelos experts, tipo Gilbert Shelton e Art Spielgman, sem contar os "especialistas" brasileiros de plantão, me desapontou.  

Fiquem todos bem e até a próxima.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 16 de março de 2024

A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE COMENTADO PELO ESCRITOR E POETA BARATA CICHETTO

 O livro que tive o prazer de trabalhar ao lado do ficcionista Rubens Francisco Lucchetti intitulado A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE, poderia, segundo muitos, ser melhor divulgado, comentado e badalado pela chamada mídia dos quadrinhos (sim, ela existe na forma de sites, blogs e canais do YouTube e tutti quanti), mas não foi assim que aconteceu. Onde travou? Teria a editora sido tímida ao propagandear a obra? Seria o leitor médio de HQs burro e/ou preconceituoso? Não sei, quem me acompanha há muito tempo sabe que já discorri sobre esse assunto aqui no blog exaustivamente e me nego a fazê-lo de novo, mas é realmente curioso que esse tomo tenha sido ignorado até hoje. Sim, alguns youtubers fizeram sua parte como o do canal Milhas e Milhas e mais uns outros (comentei e deixei links deles aqui neste espaço), mas são canais pequenos, nichados demais.  

Confesso - estou sendo repetitivo - que julguei que A Vida e os Amores faria um alto barulho, não por minha arte, mas por causa do roteirista, que tem muitos fãs e, principalmente pelo biografado que é cultuado mundialmente.....bem, nesse ponto, devo dizer que talvez no Brasil EAP não seja tão reverenciado assim.

Contudo, há muito tempo, depois de ser cancelado por ser eu mesmo, pela mídia dos quadrinhos, deixei de me importar com a quantidade e me focar na qualidade dos que gostam do meu trabalho. E isso fica muito evidente nesta resenha que o escritor e poeta Barata Cichetto fez sobre essa graphic novel. 

Não comentarei sobre ela, leiam vocês mesmos e tirem suas conclusões, comentem lá, digam o que acham, o livro ainda está a venda por um valor até baixo pela qualidade gráfica que oferece.

O link é esse:  /https://agulha.xyz/a-vida-e-os-amores-de-edgar-allan-poe-a-gata-o-escritor-e-o-homem-que-desenha-palavras/

E, lógico, deixo registrado minha gratidão ao Cichetto pelo carinho, respeito e admiração! Deus te abençoe brother!

Lizzy, a felina que é dona do poeta, prestigiando a biografia do Poe.

 

terça-feira, 5 de março de 2024

UM NOVO ZÉ GATÃO EM 2025?

 


 Enquanto meu irmão André agoniza em uma UTI num hospital em São Paulo, sou obrigado a dar continuidade à minha vida, lutar pelo pão cotidiano. Notícias frescas sobre ele, creio, só teremos quando finalizarem o coma induzido, só sabemos que o caso é gravíssimo e requer, além do máximo que os médicos puderem fazer, muitas orações.

Enquanto isso, anuncio aqui um novo ZÉ GATÃO para 2025. Mas não se deixem enganar pelo título, o novo não tem nada de novo, será um OMNIBUS compilando tudo o que já foi publicado até o momento (da Cidade do Medo ao Siroco), o que totaliza mais de 800 páginas. Será lançado pela Editora Universo Fantástico. A editora planeja uma edição de luxo em capa dura, formato grande. O que teremos de novidade é que todas as HQs curtas (inéditas) que criei para mim mesmo e que estão guardadas em envelopes - que nem sei exatamente onde estão - serão publicados também, além de um belo volume de pinups e sketches do Felino, o que fará com que o tarugo ultrapasse as mil páginas. 

Porque a epígrafe dessa postagem tem um ponto de interrogação? Não sei, o tempo e as circunstâncias sempre adversas me tornaram bastante incrédulo, então, enquanto o grosso e pesado volume não chega às minhas mãos, não abro o champanhe. Muita coisa pode acontecer até 2025, num país em que absurdos são tratados como se fossem coisas normais, mas vou tentar ser otimista. O editor garantiu que é líquido e certo, então, vou dar uma chance aos sonhos.

Normalmente só anuncio um novo projeto quando ele já está em gráfica, mas o chefe da Universo Fantástico acha legal criar expectativas com bastante antecedência.

Se fico feliz? Claro, muito! Mas é uma alegria bastante reduzida e creio que vocês sabem o motivo.

Evidentemente falaremos bastante disso aqui até que esteja pronto, mas tudo a seu tempo.

Fiquem todos com Deus!

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

A DOLOROSA IMINÊNCIA DE UMA NOVA PERDA

28/02, Quarta-feira 23:15h - Ansioso, triste, solitário e vazio. Não sei exatamente como me expressar. No momento estou sem Whatsapp. Nesta tarde eu recebi um recado do Rodrigo, meu irmão caçula, via Messenger: "Eduardo, preciso falar contigo, é urgente." Logo fiquei preocupado, ele havia cancelado seu Facebook há uns bons anos, para resgatar sua conta, alguma coisa ruim havia acontecido. Dito e feito, nosso irmão André, o médico, sofrera um AVC ontem de madrugada. O caso é grave, ele se encontra em coma induzido. Vocês, meus amados e amadas podem imaginar como estou me sentindo. Sou o mais velho de quatro irmãos, sempre nutri por eles amor incondicional, sempre foram, são e serão os meus melhores amigos. O Gil foi guardado por Deus em 2021, como muitos sabem, deixando uma lacuna na minha alma que jamais será preenchida, agora me vejo ante o pesadelo de perder nosso querido Dé.

Sinto ainda o choque, já chorei convulsivamente esta tarde, e no momento só sinto vacuidade no meu ser.

De todos os meus irmãos, o André era o que mais se identificava comigo em termos de gosto por coisas como livros, músicas e quadrinhos. Gil e Rodrigo também, claro, mas não como o André. Em termos de som ele tinha predileção por metal e hard rock, enquanto eu sempre fui mais pop, com inclinação para o blues e principalmente o erudito. Ele consumia Neil Gaiman e Alan Moore com muito entusiasmo enquanto eu preferia o europeu e o alternativo. Eu era Poe e Lovecraft, ele, Stephen King. Eu, os clássicos brasileiros e russos e ele Tolkien e SiFi. Eu o ensinei amar o Queen e ele me ensinou a amar Scorpions. No cinema, entretanto, gostávamos basicamente das mesmas coisas. Acho que não teve um único clássico dos anos 80 que não tivéssemos assistido juntos uma dezena de vezes. Comprávamos tantos VHSs, gibis, vinis e livros em sebos e ponta de estoque que quase viramos acumuladores, nem tudo conseguíamos ler ou assistir. Tínhamos/temos um único Deus e um único Mestre e Senhor, a saber, Jesus Cristo. Então vieram as esposas, as responsabilidades, eu envelheci, ele engordou e nos afastamos um pouco, nos falando periodicamente. Quase mensalmente ele me enviava ajuda financeira, fosse pra pagar uma conta de água, luz ou internet. Ele sempre foi paternalista e vivia me dando conselhos para eu procurar alternativas, pensava num modo de eu ganhar dinheiro com minha arte ao invés de deixar os outros fazerem grana com ela. Há tanto a dizer sobre ele......escrever essas coisas ajudam a diminuir um pouco a dor de pensar que posso não vê-lo mais.

Mas falo dele como no passado, ele ainda está vivo. Não obstante, quem vos escreve é um velho de 61 anos que sempre teve quase nada de respeito e atenção por parte do mundo, perder quem lhe propicia  essas coisas é algo a se temer...e eu perdi mãe, filha e um amado irmão, seria muito cruel perder outro. Estou orando para que Deus o restabeleça sem sequelas. Mas confesso que tenho muito medo. 

Espero voltar aqui com boas notícias.

Fiquem todos bem.



quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

TRÊS ANOS DE SAUDADES

 Eu pensei em não tocar mais neste assunto, guardar pra mim em definitivo, talvez eu faça isso ano que vem, se ano que vem eu ainda estiver por aqui. A dor  é a mesma, pois ferida da alma, diferente do corpo, não cicatriza da mesma forma. Três anos que o Senhor a levou.

Não vou generalizar dizendo que este universo é um lugar vil e inclemente - parece não ser para todos - vou falar apenas por mim, dizer que meu mundo é um vasto deserto que percorro há 61 anos sem uma bússola, onde sempre me vejo encontrando o mesmo ponto de partida, é certo que por vezes eu encontro um oásis mas ele é sempre tão fugaz que nunca discirno se é uma miragem ou não. Tudo parece ser dor, solidão e cansaço.

Estou tentando reclamar menos e agradecer mais. Entender que o cristianismo não é alegria, prosperidade e bem aventurança material, mas suportar com paciência as cargas que nos são impostas, sejam pelas circunstâncias ou mesmo pelas pessoas e ajudar o semelhante a carregar seus fardos. Estou empenhado, mas quase sempre eu falho miseravelmente. 

Então eu lembro que apesar dos muitos queixumes e lágrimas, Francis nunca desistiu e manteve a fé até o fim, sendo ela mesma, sem máscaras.

Há mais para falar/escrever mas sei que é exaustivo para quem ouve/lê, por isto concluo sempre declarando meu amor e saudades eternas por você, Francis, minha genitora, meu único e verdadeiro amor.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

SIROCO RESENHADO POR DANIEL LÚCIO

 


Zé Gatão é um personagem que conheci nos anos 90 numa das minhas inúmeras peregrinações à cidade de São Paulo, e pelo que sei, praticamente na mesma data de sua estreia comercial.  Vejo o personagem como um produto daqueles dias, apesar de que quase tudo tenha mudado na sociedade e costumes (não necessariamente para melhor) ao longo desses anos, os temas abordados continuam espantosamente atuais.

Como falar de Siroco sem compará-lo as obras anteriores do Eduardo? Traçando uma ponte entre os extremos, Siroco e Cidade do Medo, dá para notar uma evolução enorme no conjunto da obra do Eduardo nesses mais de 25 anos.

Siroco entrega tudo que Zé Gatão sempre representou, mas melhor e mais bem amarrado, mais conciso, claramente é um espelho do amadurecimento do autor.

Os personagens são cativantes, algo que sinto falta até mesmo nas grandes obras cinemáticas atuais, é possível sentir a ojeriza que o autor tentou passar ao criar por exemplo a gangue dos urubus, com suas feições repugnantes e cheiro fétido. O clima tenso e opressor ao adentrar na nave infestada por seres aracnídeos.

Como não vibrar com o destino do rato puxa-saco que servia ao hipopótamo emissário dos figurões? O hipopótamo é uma referência explicita da nossa sociedade real dominada por oligarquias que nunca dão as caras e conseguem tudo o que querem através do dinheiro e manipulação.

Apesar das críticas implícitas e explicitas, Zé Gatão não é uma obra progressista, o autor deixa claro num breve diálogo durante a história as incoerências dessa vertente política, convenhamos, posicionamento raro de se ver principalmente no meio artístico, certamente praticado por alguém que não teme, ou não se importa mais com o cancelamento automático que comumente se segue, talvez por já sofrer com ele.

Siroco segue a tradição dos trabalhos anteriores e nos entrega uma deliciosa brutalidade sem pudores, diria até que acima dos demais, como sempre é uma violência justificada no contexto da história. Muito embora as cenas de sexo dessa vez inexistam, temos agora uma abordagem muito mais sutil e romântica, confesso que gostei, são aquelas pequenas doses de esperança e suavidade para contrabalancear o mundo duro e mortal de Siroco.

Aliás, quem conhece o Eduardo, mesmo que virtualmente como eu, sabe que ele é um cara temente a Deus, extremamente educado, contido e culto, quando leio Zé Gatão não posso deixar de ter um sorriso no canto da boca imaginando o contraste entre autor e obra, não tenho dúvidas que Zé Gatão é também uma forma de extravasar aquela “boca do lixo” que todos nós, independente da classe social, temos internamente.

Não sei se as pequenas mudanças introduzidas em Siroco foram propositais, acredito que sim, acredito que o Eduardo quis que as impressões deixadas sejam as derradeiras, afinal, tudo leva a crer que Siroco é uma HQ que encerra o ciclo de narrativas conexas do Zé Gatão, para minha tristeza. Sempre resta a esperança de ainda sermos agraciados com histórias solo e/ou qualquer rascunho que o Eduardo certamente tem sepultado em suas gavetas.

Pintura de Guerra é um material adicional opcional que entrega muito pelo que foi cobrado. Não costumo ser apreciador de HQs coloridas, elas remetem a minha infância onde devorava álbuns, gibis e cartilhas como os do Mortadelo e Salaminho, Brasinha, Mônica, Daniel Azulay, Ely Barbosa, entre tantos outros, todos coloridos, acabo involuntariamente associando o colorido a HQs infantis, mas em Pintura de Guerra as cores funcionam maravilhosamente bem, o Eduardo é um mestre da experimentação e parece ter usado técnicas não tão convencionais que deixa tudo perfeitamente harmonizado, são duas histórias coloridas dos primórdios do Zé Gatão, Pintura de Guerra é um primor visual, vários quadros dariam facilmente um poster, embora sofra de problemas citados pelo autor na introdução, Right Here Right Now (entrego a idade se disser que esse nome me faz lembrar do popular telejornal? Aliás pensando bem, dado o enredo, acho que caiu uma ficha aqui hem?) apesar de curta e despretensiosa, tem um final inesperado e admito ter gostado demais.  Como bônus temos um conto e uma entrevista com o Eduardo. Pintura de Guerra em resumo é uma pequena pérola.

Minha consideração final é que Siroco é aquela obra que deve estar na estante de qualquer pessoa que realmente goste de bons quadrinhos, não só os fãs do Zé Gatão, um trabalho atemporal, claramente o apogeu artístico do Eduardo, um cara que não canso de admirar, principalmente porque ele é um autor que entrega um tipo de obra que tanto sinto falta no mundo atual.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

OS ÔNUS DA VELHICE

 

 

 Há uma pedra dentro do meu sapato e o meus sapatos são daqueles de tortura medieval, não me é permitido descalçá-los, só Deus pode fazer isso. Existe uma coceira onde meus membros superiores não alcançam, tipo o espinho na carne do apóstolo Paulo, então só me resta suportar a agonia com paciência.

Financeiramente falando eu amargo há quase dois anos graves momentos de privações e tudo se agravou quando um dos projetos em que eu trabalhava foi cancelo de chofre. Labutando há pouco mais de quatro anos quase com os mesmos valores e tentando manter o padrão de vida, sendo cobrado diuturnamente de todos os lados, incompreendido até (na verdade principalmente) pelos mais próximos, um sonho secreto impossível de realizar, as ausências e os ônus da velhice....sim, fica quase impossível não sentar e dizer: basta! não consigo dar mais nenhum passo, acaba aqui!

Eu ouvia há poucos dias atrás o pastor da igreja que frequento atualmente falando de muitos irmãos que pedem que Deus os leve, estes, segundo ele, perderam a fé, os objetivos e não deveria ser assim. Bem, eu ainda tenho algumas metas, uma delas é terminar os projetos em que venho colocando minha alma neles. São quadrinhos difíceis em que a idade me tornando mais lento tornam mais torturantes. Arte não é prazer, é dor, é tormento, só assim ela transmite algo genuíno capaz de alcançar o âmago do espectador (que fique claro que esse é um pensamento meu); criar arte seria como a mulher que gesta um ser dentro dela, não vejo deleite, noto enjoos, deformação da silhueta, depressão em muitos casos e por fim dores de parto, mas a alegria de ter o filho nos braços compensa todo o sofrimento da viagem. Assim é a obra para o artista quando finalizada. As concepções em que vou dando vida tem me exaurido, são coisas bem distintas uma da outra, tanto em técnica quanto em argumento, cada uma pede uma visão diferente e eu não vejo a hora de acabar. Foi assim com Zé Gatão, Poe e outros, repito: fazer quadrinhos, para mim, é ato masoquista!

O outro desígnio seria abdicar de tudo, me desvincular do que me mantém preso à carnalidade e fazer a obra missionária para Deus, pescar almas para Cristo. Só assim eu cumpriria o propósito do Senhor para o homem (como eu entendo, claro). Mas tenho aqueles que dependem de mim, então é um intento um pouco mais difícil de levar a cabo. O Todo Poderoso sabe tudo e eu não sei o que digo.

Essas ideias eu matutava hoje e quis dividir com vocês. 

Ah, os desenhos são detalhes de uma das HQs em que venho tentando dar vida, penso nela como um filme com animações em Stop Motion.

Fiquem com DEUS! 





 

 

UMA GRATA SURPRESA E UMA PEQUENA DECEPÇÃO

 Boa noite a todos! Antes de entrar no assunto, uma satisfação aos que sentem simpatia por minha arte e pessoa, esses que torcem e oram por ...