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domingo, 16 de outubro de 2016

CHUN LI (STREET FIGHTER)

Eu estava ontem a noite desligando o computador e me preparando para dormir quando uma repentina dor surgiu na parte esquerda da minha região abdominal, uma pontada forte como as cólicas tão comuns quando se está com gazes. Foi crescendo ao ponto de eu não conseguir suportar. Passei em silencio pela Vera e o Fellipe (meu cunhado caçula) e fui me deitar. Eu suava frio. Começava a me contorcer na cama quando minha esposa, estranhando o meu comportamento, veio ver o que acontecia. Eu estava gelado e ela perplexa. O pouco dinheiro que temos são para pagar umas contas, tipo luz e internet. Tadinha da Verônica, ele deve ter um medo muito grande que eu morra, ela me disse isso a muitos anos atrás e nunca mais tocamos neste assunto mas toda vez em que eu fico mal, ela tenta mover o mundo para que eu fique bem mesmo com os poucos recursos de que dispõe. Ela rapidamente preparou um chá de boldo. Tomei. Não demorou muito, com a terrível dor onipresente, minha boca se encheu de água, sem condições de ficar ereto, caminhando trôpego como um ébrio fui ao banheiro e o vômito vei em enxurradas. Só um líquido amargo atravessou minha garganta e nada de alívio na dor abaixo da costela esquerda. Eu estava realmente muito mal, não sou exatamente aquele cara que se entrega mas aquilo estava fora do meu alcance. Existem algias que você controla, onde há uma posição do corpo em que a coisa fica menos incômoda, mas não era o caso desta.

Começou então a movimentação em casa atrás de uma farmácia que ficasse aberta 24 horas e que entregasse medicações a domicílio.


Enquanto eu rolava de dor na cama, tentando não gemer de agonia, ficava pedindo a Deus para não ter que ir para a UPA. Nestes lugares os médicos são sempre apressados, fica-se longas horas esperando atendimento num lugar onde você pode pegar infecções e os diagnósticos nunca são precisos.

A Vera vinha a todo instante me ver. As linhas das farmácias estavam todas ocupadas. Ninguém atendia. Já a beira do desespero, me levantei e liguei para o André, meu irmão que é cirurgião torácico que mora em São Paulo. Ele tem, assim como eu, muitos problemas e incomodá-lo seria a minha última opção, mas eu não estava aguentando aquela dor. E se fosse algo no meu baço? Ele atendeu prontamente e expliquei o problema e ele disse: "é quase certo que você esteja com uma diverticulite." "que porra é essa?", perguntei. Ele explicou. "O que devo fazer?" Procurar um médico que prescreva os antibióticos adequados. Que remédios você tem aí para o alívio da dor?" " Só tinha um paracetamol que devo ter vomitado logo após tomá-lo". Disse eu. Ele recomendou duas medicações para comprar na farmácia que ajudariam a debelar o problema. Agradeci e desliguei. Voltei para minha cama de dores, suando e me contorcendo. Eram quase 4 da madrugada. O plano da Vera era sair com o Fellipe e ir até a farmácia 24 horas que ficava uns bons quilômetros de casa. Ela não não saiu antes porque eu não permiti. Vivemos num lugar perigoso a noite. O André havia recomendado umas compressas de água quente no local  para aliviar a dor. Fizemos. Não adiantou nada. Por fim a Verônica insistiu para eu tomar um anti depressivo para ver se me ajudavam a dormir. Naquele momento eu tomaria qualquer coisa (QUALQUER COISA!). Em algum momento, entre meus gemidos e o calor, eu apaguei. Eles saíram as cinco para a farmácia e eu não vi. Voltaram com os remédios que o doutor prescreveu e eu não notei, a Vera me deu o remédio e nem me dei conta disso. Me acordaram sei lá a que horas para comer alguma coisa e verifiquei que a dor tinha ido embora. GRAÇAS A DEUS!
Comi uma sopa leve e um delicioso suco de melancia. Voltei a dormir. A minha guardiã me despertou para tomar nova dose do remédio e depois me fez tomar um mingau de aveia.

E aqui estou, contando para vocês como passei as minhas últimas horas.

Sinto-me bem.



O desenho de hoje é um destes que dá vontade de fazer na hora, sem um motivo especial. 

Abraços afetuosos a todos. 

9 comentários:

  1. Nossa! Que noite que passou, hein?
    E... quantos personagens de Street Fighter já desenhou, além da Chun-li?

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    1. Noite horrível, meu caro, e ontem a tarde enquanto escrevia este texto eu estava completamente tonto e sonolento por causa das medicações. SAÚDE É TUDO!

      E que eu lembre a Chun Li é primeira personagem deste jogo que desenho. Ah, lembrei, já desenhei o Guile, na pele do Van Damme também para uma capa da Gamers!

      Valeu!

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  2. Diverticulite? Vou pesquisar o que é isso, Schloesser. Numa situação dessas, eu teria pedido carona prum vizinho qualquer e ido até a UPA mais próxima. Ainda bem que seu irmão te ajudou e os remédios funcionaram. Rapaz, essa me assustou! Fique bem. Abraço!

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    1. Não quero ser dramático, Carla, mas eu pensei o pior. Que dor horrível! Eu até pensei na possibilidade de pedir que alguém me levasse, mas... sei lá, os vizinhos aqui não são daqueles que se importam, mal falam conosco, daí... mas agora estou bem, preciso a todo custo reativar o plano de saúde.

      Obrigado por sua preocupação, se você fosse minha vizinha eu sei que poderia contar contigo.

      Grande abraço.

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  3. Oh Eduardo Desejo-lhe rápida recuperação. Cuidar de si mesmo. Abraçar-se.

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  4. Dear Eduardo Desejo-lhe rápida recuperação. Cuidar de si mesmo. Abraçar-se.

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    1. Querida Vladimira, muito obrigado por seu carinho para comigo.

      Grande abraço.

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  5. Oi, Eduardo! Espero que esteja bem agora. Eu vez ou outra tenho problemas de estômago e são sempre à noite, quando não há como procurar ajuda fora de casa. Se bem que devo agradecer, pois não me ocorre já faz um tempinho.
    Se cuida aí.

    Grande abraço!

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    1. Amigo Gilberto, você tocou no ponto nevrálgico da coisa: essas dores sempre nos acometem a noite! Lembro que certa vez meu dente começou a doer e eram umas 19 horas de uma sexta-feira, ou seja, eu só encontraria dentista na segunda-feira, teria dois dias para sofrer uma dor atroz. O que me salvou foi que um amigo dentista abriu seu consultório no domingo cedo só para me atender. Uma boa alma, o rapaz.
      Atualmente ando sem a menor condição de ver um médico particular, mas tenho que investigar essa dor e cuidar adequadamente. Velhice é uma merda, meu caro!

      Abração e é muito legal te ver de novo por aqui.

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